Você já imaginou poder ligar a televisão e desligar a luz sem precisar se deslocar até a TV e o interruptor? E preparar um café com apenas um toque na tela de um dispositivo? Loucura né? Na verdade, é real. Isso só é possível por conta da Internet das Coisas, ou IoT (sigla em inglês para Internet of Things). 

A IoT trata-se da conexão e comunicação de objetos físicos entre si e com as pessoas através de sensores inteligentes e sistemas que transmitem dados para uma rede. É como se os dispositivos "conversassem" entre si para tornar nossas vidas mais práticas e produtivas. Assim, as simples coisas do dia a dia tornam-se inteligentes, pois suas funções são potencializadas. Como? Através do cruzamento de dados. 

Nosso sistema nervoso transmite sinais entre as suas diferentes partes. A Internet das Coisas é semelhante à nosso organismo, pois ela possibilita a troca de informações entre dois pontos ou mais. Ou seja, dispositivos do dia a dia se conectam através da internet.

Segundo o Grupo Gartner (empresa de consultoria), em 2015 totalizavam-se 4,8 bilhões de coisas conectadas à internet. A estimativa para 2020, que está logo aí, é de que 25 bilhões de objetos estejam conectados.  

Não há como falar do futuro sem pensar em Internet das Coisas. Mas, o fato, é que a IoT está acontecendo no presente. Veja algumas aplicações da IoT que estão tornando o mundo melhor, que foram listadas pelo Fórum Econômico Mundial e citadas na matéria da Revista Época, publicada em março de 2019:

Smart Cities, ou Cidades Inteligentes - Em Barcelona, na Espanha:

A irrigação de jardins e fontes públicas com o uso da água já está sendo controlada digitalmente e evita desperdícios; 

O sistema de iluminação pública possui postes dotados de sensores de presença que são utilizados como roteadores para conexão Wi-Fi;

Os motoristas são avisados por um sistema implantado nas vias públicas sobre lugares disponíveis para estacionar. Sinais são emitidos para um aplicativo através de sensores no asfalto. Isso faz com que o motorista estacione com agilidade, reduza as emissões de gases poluentes, bem como evita transtornos no trânsito.

Ar e água limpos - Em Londres, por conta do alto índice de mortes por problemas respiratórios:

A Drayson Technologies distribui para os cidadãos aparelhos que medem o nível de poluição do ar, que circulam junto com os veículos, pois podem ser plugados em carros e bicicletas. O aplicativo da empresa recebe as informações, que são transmitidas pelos sensores, e consolida os dados em um único servidor. O app possibilita aos londrinos a visualização de uma mapa digital da qualidade do ar em cada ponto da cidade;

Oakland, na Califórnia, contou com uma ideia semelhante à de Londres, através da startup Aclima, em parceria com o Google e o Fundo para Defesa do Ambiente (EDF). Carros do Google Street View distribuíram sensores e as informações ficam disponíveis para que os especialistas trabalhem em ações para reduzir a poluição no ar.

Eficiência da agricultura - Na Califórnia, após uma seca histórica no início da década:

Drones que fazem imagens aéreas e sensores ajudaram os produtores que tiveram prejuízos por conta da seca. Os agricultores puderam identificar as regiões mais produtivas do solo para plantar as novas safras;

No Brasil, startups como a Agrosmart instalam sensores meteorológicos nas plantações, que identificam indicadores de pH das espécies, pressão biométrica, radiação solar e direção do vento. Também são utilizadas semeadeiras que mostram aos controladores se toda a extensão do solo está sendo usada de forma adequada, em tempo real.

Redução do desperdício de alimentos - A startup israelense Prospera:

Evita o desperdício de comida através do monitoramento de processos de irrigação, polinização  fertilização, fornecendo relatórios aos fazendeiros;

Empresas como a Farmerline e ArgoCenta, na África, ajudam pequenos produtores através de aplicativos. Nos apps, eles têm a  possibilidade de encontrar empresas fabricantes de alimentos que estejam interessadas em diferentes tipos de ingredientes, bem como podem encontrar cotações de mercado, que as ajudam a determinar o preço adequado.

Medicina automatizada - Em vários países:

É possível utilizar dispositivos vestíveis que medem a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos dos pacientes, por exemplo. Através de sensores, médicos são informados o tempo todo sobre a condição de saúde dos seus pacientes;

Tecnologias semelhantes ajudam a controlar epidemias. Em 2015, o Instituto de Pesquisa Scripps levou ao oeste africano aparelhos que medem indicadores de risco nas pessoas com o vírus. Os dados transmitidos via bluetooth ajudaram no controle da transmissão da doença, pois reduziu-se a necessidade de interação física de médicos com pacientes infectados.

 

Internet das Coisas - a tecnologia potencializando o combate ao câncer de mama:

A  Cyrcadia Health desenvolveu o equipamento ITBra, que conta com microssensores que identificam variações mínimas de temperatura na região dos seios. Os dispositivos trasmitem as informações para o smartphone do médico e até para o da usuária e ajudam a identificar padrões que representam perigo para a saúde da mulher. 

OITBra está sendo testado na Ásia e a Cycardia Health espera que o produto seja levado para outros países. 

A Internet das Coisas está transformando nossa relação com as pessoas, com o mundo e com a tecnologia, mas também o modo como o mundo interage com a gente. Nosso papel é analisar os dados que os dispositivos geram em busca de utilizar de forma positiva toda essa bomba de informações e possibilidades tecnológicas que recebemos todos os dias. 


Fontes: Época Negócios; Exame.